Análise: Tracker com motor 1.0 turbo é suficiente? Preciso partir para a opção 1.2?
Confira nossa avaliação do SUV compacto com o motor presente também em sua opção PcD
O Chevrolet Tracker está crescendo na preferência do público e os excelentes números de emplacamento em setembro são uma excelente prova disso. O modelo não só liderou as vendas entre os SUVs compactos, como também foi o utilitário esportivo mais comercializado no país, ficando logo a frente do Jeep Compass. Mas a Chevrolet já planeja formas de atrair um número ainda maior de clientes para o modelo.
Em uma decisão estratégica, a fabricante vai expandir para mais versões a presença do motor 1.0 turbo, que agora chegará aos catálogos LTZ e Premier. É uma saída interessante, uma vez que automóveis com motores até 1 litro enquadram-se em uma alíquota menor do IPI, o que pode abrir margem para a Chevrolet entregar um preço ainda mais competitivo para o SUV. Contudo, em uma época de desconfiança dos investidores em relação à saúde fiscal do país aliada ao dólar instável, a decisão da Chevrolet parece mais uma saída para manter controlados os valores do Tracker LTZ e Premier, evitando uma disparada por conta da valorização da moeda norte-americana.
Mas é fato que, se olharmos para modelos como o VW T-Cross, o maior rival do Tracker hoje em dia em termos de modernidade de projeto, o motor 1.0 sobrealimentado responde pela maior parte das vendas. Logo, é natural que as montadoras foquem sua estratégia nesse propulsor.
Na medida em que o público vai conhecendo as vantagens do downsizing e a elevada eficiência que motores concebidos seguindo esse preceito são capazes de entregar, qualquer dúvida ou restrição em escolher um automóvel com essa tecnologia acaba sendo facilmente superada.
Mas e no caso específico da nova geração do Tracker? O motor 1.0 turbo dá conta do recado?
Para tanto o Autoo avaliou uma unidade do modelo em seu catálogo R8U destinado aos clientes PcD, que toma como base o propulsor em questão associado ao câmbio automático de 6 marchas. É a mesma mecânica, portanto, que será aplicada nas demais versões do SUV. Vale a pena dizer que o Tracker destinado aos clientes PcD passará a contar com o catálogo R8C quando os pedidos forem reabertos, o qual só perderá as rodas de liga leve aro 16” em relação ao modelo que você confere nas fotos.
Já tivemos a oportunidade de avaliar o Tracker Premier com motor 1.2 turbo e, de uma objetiva, a perda em termos de desempenho está longe de ser algo muito relevante.
Motor que apresenta bom fôlego no Chevrolet Onix Plus, o 1.0 turbo aplicado no Tracker cumpre muito bem sua função de deslocar o SUV na cidade e é capaz de manter velocidades de cruzeiro mais elevadas na estrada sem problema algum.
Importante mencionar que os dois motores oferecidos na linha Tracker compartilham exatamente o mesmo projeto, variando apenas o deslocamento. Com isso, temos no 1.0 exatos 116 cv e 16,8 kgfm de torque, números que sobem para 133 cv e 21,4 kgfm no caso do 1.2.
Claro que, como nos sinalizam os números, as acelerações e retomadas são feitas de forma mais intensa no Tracker 1.2, que é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos contra 10,9 segundos do Tracker 1.0 turbo.
Temos uma discreta vantagem para o Tracker 1.0 turbo no consumo, que pode alcançar até 11,9 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada com gasolina, valores que ficam em 11,2 e 13,5 km/l, respectivamente, no caso do motor mais potente.
Como os conjuntos de suspensão, freio e direção são praticamente os mesmos independente da motorização, o comportamento dinâmico do SUV é o mesmo independente do motor escolhido, com ótimo conforto e estabilidade direcional.
Para quem não abre mão de um desempenho superior, a Chevrolet seguirá oferecendo o motor 1.2 turbo apenas para o Tracker Premier, que também vai preservar o teto solar panorâmico como um diferencial para quem optar pelo propulsor mais forte. É o caminho que a Vokswagen também adotou para o T-Cross, deixando o motor 1.4 TSI restrito ao catálogo topo de linha Highline.
Apesar de não contar com a injeção direta como o 1.0 TSI da VW, o que, por um lado, reduz os custos de manutenção, o motor 1.0 turbo aplicado no Tracker e na linha Onix oferece respostas plenamente satisfatórias ao volante. Com isso, a decisão da Chevrolet em aumentar a exposição desse propulsor a mais versões mostra-se correta, sobretudo pensando no custo-benefício.
No Tracker LTZ, por exemplo, encontramos recursos como o alerta de pontos cegos, um diferencial sobre muitos concorrentes diretos. Já na opção Premier, a lista de assistente de condução é ainda mais robusta, com destaque para o assistente de estacionamento. Nos resta saber, em breve, quais serão os preços praticados pela marca para as versões agora com motor 1.0 turbo.
Trazendo um bom conjunto dinâmico, cabine ampla e espaçosa para cinco passageiros, alto nível de segurança e recursos avançados para quem deseja mais tecnologia a bordo, o Tracker conta com uma receita que vai ao encontro dos atuais desejos dos clientes do segmento, uma das razões que explica grande parte do seu sucesso comercial.