Análise: Fiat Argo voltará a ter uma opção automática?
Cronos 2023, ao contrário do hatch, já teve a sua configuração CVT apresentada na Argentina
A semana vai chegando ao fim com movimentações importantes por parte da Fiat.
Estamos falando das apresentações da linha 2023 para os portfólios do Argo e do Cronos.
O sedã fez sua estreia na Argentina, onde também é produzido, trazendo exclusivamente o motor 1.3 Firefly e agora a opção do câmbio automático CVT associado ao propulsor.
Aqui no Brasil, por sua vez, diversos rumores sinalizavam que o Argo 2023 também receberia tal opção mecânica, algo que, com a estreia definitiva do hatch, ficou claramente descartado pela Fiat.
Em sua trajetória no mercado brasileiro, o Argo já contou com as opções da transmissão robotizada GSR, bem como a caixa automática 6 marchas ligada ao motor 1.8 16V, este já descontinuado pela marca.
Mas será que a Fiat considera a volta de um Argo sem o pedal de embreagem em sua gama? Ao que tudo indica, as chances são cada vez mais remotas.
A principal razão para isso aparenta ser a adição do Pulse ao leque de opções da marca italiana no Brasil.
Hoje em dia o crossover tem em seu catálogo a versão Drive 1.3 CVT com preço sugerido de R$ 103.290, exatos R$ 7 mil a mais em relação ao Pulse Drive 1.3 manual.
Como noticiamos, o Argo 2023 partirá de R$ 83.480 na versão Drive 1.3 S-Design, a mais acessível com o motor de deslocamento superior.
Se espelharmos a lógica das versões 1.3 do Pulse para o hatch compacto, um fictício Argo Drive 1.3 CVT custaria algo em torno de R$ 90 mil.
Estamos falando de uma potencial diferença acima de R$ 10 mil entre o Pulse Drive 1.3 CVT e um suposto Argo com a mesma mecânica.
É uma quantia financeira considerável, porém, na faixa de preço em questão, vem a dúvida: uma pessoa que encontrasse os dois veículos estacionados lado a lado em uma concessionária Fiat ficaria mais inclinada ao hatch ou ao crossover?
Levando em conta a predileção dos consumidores por utilitários esportivos, o Pulse sairia com uma vantagem inquestionável, além de entregar um conjunto mais moderno em relação ao Argo, a começar pela própria plataforma.
Não por acaso, a aplicação do motor 1.3 aliado ao câmbio CVT faz todo sentido no Cronos, até porque ele é atualmente o único sedã da Fiat no Brasil e a transmissão automática é algo relevante na categoria.
Em resumo, sabemos que a Fiat é uma marca agressiva na precificação de seus carros e entende a dinâmica e os rumos do mercado brasileiro como poucas empresas são capazes.
Claro que não nos cabe descartar a possibilidade de um Argo CVT – até porque estamos bem distantes da cabeça dos executivos que comandam a fabricante –, todavia, como analisamos, é fato que o Pulse desponta hoje com uma proposta bem melhor para quem deseja um compacto automático da Fiat.