Análise: como a Chevrolet pode enfrentar Corolla Cross, Taos e demais SUVs acima do Tracker?
Marca certamente terá um modelo posicionado entre Tracker e Equinox e boas opções não faltam
Receita que provou ser campeã aqui no Brasil, o sucesso comercial do Jeep Compass certamente embasou a estratégia de muitas marcas para oferecer aqui no Brasil um modelo maior do que os SUVs compactos tradicionais, mas sem extrapolar no preço.
Olhando para o curto prazo, a Volkswagen prepara o Taos para estrear por aqui em 2021, novidade com tamanho e preço situados entre o T-Cross e o Tiguan Allspace. A Toyota, por sua vez, reserva para o mesmo ano a estreia do interessante Corolla Cross nacional. Até mesmo já se sabe que o Honda HR-V vai passar por uma reavaliação em seu posicionamento de mercado quando a segunda geração estrear, crescendo em tamanho para tornar-se um concorrente efetivo das novidades citadas aqui.
Quem analisa tudo isso pode se perguntar: mas e a Chevrolet? A marca terá um SUV posicionado entre o Tracker e o Equinox no Brasil?
Estudando a gama global da Chevrolet e juntando uma ou outra informação que circula nos bastidores, tudo leva a crer que a marca norte-americana atua de forma discreta para buscar soluções que a posicionem nessa promissora faixa de mercado.
Olhando para os mercados próximos, um anúncio interessante foi a confirmação do novo Chevrolet Captiva no México, com início das vendas previsto para o ano que vem.
O modelo é um SUV médio com características muito próximas às de Taos e Corolla Cross. Com 4,65 m de comprimento e opções de 5 ou 7 lugares, o novo Captiva sinaliza ser um automóvel espaçoso e versátil, atributos que certamente vão figurar como as principais qualidades dos representantes de VW e Toyota. Sempre bom lembrar que a Chevrolet já importou, entre 2008 e 2017, o Captiva do México ao Brasil, o qual conquistou boa aceitação por aqui tendo como alguns diferenciais à época a motorização V6.
Um ponto interessante na história do novo Captiva é que ele também foi desenvolvido na China pela GM em conjunto com a SAIC. A joint venture entre as duas fabricantes também é a responsável pela moderna plataforma GEM, que hoje sustenta os projetos dos novos Tracker e Onix no Brasil. Logo, fica claro o foco em mercados emergentes dos veículos desenvolvidos pela duas companhias, o que tornaria o novo Captiva uma alternativa bastante plausível no Brasil.
Na gama oferecida nos EUA, as gerações mais recentes do Blazer e do Trailblazer (produto totalmente diferente do SUV 7 lugares nacional) ainda seriam excelentes pedidas para nosso mercado se nacionalizados.
Não podemos esquecer da nova Spin
A Chevrolet ainda tem como uma grande carta na manga a nova geração do Spin. Ela deverá ser baseada no Chevrolet Orlando já à venda na China e muitos aspectos desse modelo o aproximam fortemente do Brasil.
Em primeiro lugar, o Chevrolet Orlando chinês é baseado na plataforma GEM, o que facilita imensamente sua nacionalização. Hoje em dia o Chevrolet Spin é fabricado em São Caetano do Sul (SP), mesma planta da marca responsável pela produção do Tracker no país. Logo, a unidade do ABC Paulista já teria o espaço necessário para acomodar em sua linha de montagem a nova geração do produto, bastando apenas substituir a minivan atual. Outro facilitador é que, para receber a fabricação do Tracker no local, toda a planta de São Caetano encontra-se atualizada para a arquitetura GEM.
É fato que cada vez mais as notícias de bastidores sinalizam que a GM está preparando a chegada de novos produtos para sua sede no ABC Paulista, incluindo uma inédita picape com porte da Fiat Toro que poderá ser a sucessora da Montana. Claro que nada impediria o desenvolvimento de um novo SUV exclusivamente para nosso mercado, algo que consideramos pouco provável a julgar pela gama extremamente completa que a Chevrolet possui hoje no exterior.
Após o lançamento do último facelift da Spin em 2018, a Chevrolet iniciou uma campanha para reclassificar o modelo como um “crossover”, sinalizando que a próxima geração do modelo deverá ter esse enfoque e uma altura em relação ao solo mais elevada para disputar possíveis clientes com os SUVs.
Trazendo como forte atributo os 7 lugares e se o preço não se tornar elevado demais, o sucessor da Spin no Brasil baseado no Chevrolet Orlando chinês será um produto bem interessante. Vamos acompanhar de perto as próximas movimentações da montadora no Brasil e seguiremos reportando todos os detalhes aqui no Autoo. Acompanhe!