Fernando Calmon

Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) até 1980

Ameaça chinesa agora também aos fabricantes de pneus

Fabricantes vindos da China investem R$ 4,5 bilhões no Brasil de olho no mercado de reposição

Provavelmente animados com a produção em futuro próximo de marcas chinesas de automóveis no Brasil — GWM, BYD, além do interesse já demonstrado por Neta Auto e mais recentemente Omoda e Jaecoo, submarcas da Chery — fabricantes de pneus chineses estudam construir fábricas no Brasil. 

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Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, as chinesas Sailun Tire e a LinLong, além do grupo brasileiro Sunset Tires que tem ligações com fabricantes do Leste asiático, o montante estimado de investimentos pode atingir R$ 4,5 bilhões. Há estimativa de se criarem 4.700 empregos diretos.

Segundo a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, o setor emprega 32.000 funcionários em 21 fábricas. O mercado brasileiro é relevante com uma frota circulante (real) de 47 milhões de veículos leves e pesados. A comercialização de pneus de reposição já é dominada em 59% por importações taxadas com alíquotas baixas (16%).

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Fabricantes aqui já instalados de marcas renomadas continuam a lançar novos produtos. A alemã Continental acaba de apresentar a nova linha UltraContact, para aros de 14 a 19 pol., 10 opções de medidas e garantia de até 80.000 km. Considerando a média brasileira de13.000 km por ano os motoristas de automóveis poderiam rodar pouco mais seis anos, se cuidarem bem dos pneus.

A americana Goodyear fez nessa semana cinco lançamentos. Destaque para o Eagle F1 Asymmetric 6 para automóveis de maior desempenho com foco em aderência e menor emissão de ruídos para aros de 17 a 22 pol. Utilitários esporte e picapes passam a contar com os Wrangler Duratrack (uso misto) e Boulder MT (focado no fora de estrada).

Já a italiana Pirelli mirou em veículos de altíssimo desempenho: apresentou o P Zero™ Trofeo RS, de perfil ultrabaixo e para pista seca, no Festival Interlagos.

Motor faz toda diferença no Duster topo de linha

Renault Duster 2024
Renault Duster com motor 1.3 turboflex deu outro ânimo ao SUV robusto e com bom espaço interno
 Imagem: Divulgação


O SUV da Renault chegou ao mercado em 2011. Poucos lembram de que foi a primeira resposta ao sucesso crescente do Ecosport, lançado em 2003 e ano após ano conquistando mais clientes para o segmento de SUVs, hoje o principal e não só aqui.

O modelo francês é, hoje, o veterano do segmento dos SUVs compactos. A segunda geração, em 2020, avançou em segurança passiva e retoques de estilo. Sempre se destacou pela acomodação interna, ótimo porta-malas (475 litros/VDA) e faltava um conjunto motor-câmbio atualizado e potente.

Embora restrito à versão de topo Iconic Plus, o motor 1,3 L, turbo flex deu outra vida ao carro. Manteve a tradicional configuração de quatro cilindros (ainda destacadamente mais suave e silencioso que um três-cilindros), 170 cv (E)/162 cv (G) e 27,5 kgf·m, mais do que suficiente para garantir um desempenho muito bom e consumo bem razoável.

Tudo harmonizado com o câmbio automático CVT de oito marchas reais e não “simuladas”, como se costuma dizer de modo impreciso. Aceleração de 0 a 100 km/h em 9,2 s (dado de fábrica) mostra agilidade e capacidade de recuperação típica de motores turbo.

Os R$ 160.690, na versão avaliada com pacote Outsider, fogem da proposta central de preço competitivo, porém chama atenção principalmente pelas rodas de 17 pol. com acabamento diamantado escurecido. No interior, destaque para espelhamento de celulares Android e Apple, sem fio, carregador por indução e duas portas USB para o banco traseiro.

Os seis airbags o colocam dentro de um bom padrão de segurança passiva. Com 2.673 mm de entre-eixos, quem viaja no banco traseiro tem bom espaço para ombros, pernas e cabeças. Faltam, entretanto, saídas de ar-condicionado atrás.

 

Fórum de Quatro Rodas destaca alternativas que só o Brasil detém

Veículo movido a etanol
Veículo movido a etanol tem ajudado na redução das emissões de carbono na atmosfera
Imagem: Divulgação

 

Emissões de CO2 ou gás carbônico preocupam hoje o mundo todo, pois afetam atividades humanas e principalmente os meios de transporte, em especial os veículos motorizados terrestres. Quatro Rodas uma das primeiras revistas especializadas em automóveis, lançada em 1960, e com essa responsabilidade organizou esta semana o Fórum Direções bastante interessante, educativo e produtivo. Reuniu nomes relevantes para abordar essas questões com repercussão no clima do planeta.

Discutiram-se caminhos para neutralizar o problema por meio de novas tecnologias, processos e legislações. Sem deixar de lado a importância da sustentabilidade, discutiram-se viabilidades para a indústria, o mercado e os consumidores. A seguir, resumo alguns dos temas e sugestões.

· -- Etanol, produzido aqui em larga escala no desde os anos 1970, permite diminuir emissões de CO2 de forma semelhante à eletrificação, quando se analisam emissões da fonte até a roda de tração. No Brasil a solução híbrida associada a motores flex estreia ainda este ano.

· -- Hoje o combustível de origem vegetal se obtém da cana-de-açúcar (80%) e também do milho (20%), sem nenhuma concorrência com alimentos.

· -- Poucos sabem: 100 países produzem cana e 50 misturam etanol à gasolina. Ainda assim não pode ser considerado uma solução global e perene.

· -- Carros elétricos exigem soluções profissionais e viáveis economicamente. Não bastam carregadores domésticos, em condomínios e urbanos. Rede de recarga rodoviária precisa ser um negócio rentável e capilar. Qualquer viagem acima de 300 km exige planejamento minucioso e sujeito a surpresas.

· -- Fabricação de baterias no Brasil pode vir a ocorrer, mas nenhum participante arriscou uma data.

· -- Desvalorização do carro elétrico usado é questão global, de cada marca e tem suas variáveis.

· -- Um carro híbrido flex oferece menor emissão líquida de CO2, da fonte à roda, que um elétrico na atual matriz energética europeia.

· -- Na Europa, hoje, em média 50% dos carros vendidos têm motores só a combustão, 30% híbridos e 15% elétricos.


Amarok 2025 traz novo visual dianteiro e mantém preço

Volkswagen Amarok 2025
Volkswagen Amarok 2025 recebeu mudanças discretas no visual e manteve o motor V6 turbodiesel
Imagem: Divulgação


As mudanças na parte dianteira da picape média importada da Argentina foram as maiores desde seu lançamento em fevereiro de 2010, mas na realidade não houve troca de geração. Depois de 14 anos no mercado poderia ter recebido algo mais profundo.

No entanto, para-choque, capô e para-lamas são novos, o que deixou o conjunto mais saliente. Destaca-se ainda uma faixa de luz de LED na grade unindo os faróis, também de LED. Herdou do Nivus os faróis de neblina. Recebeu também novo para-choque traseiro, lanternas de fundo escurecido e rodas redesenhadas de 20 pol. Cresceu 90 mm no comprimento total.

No interior, além dos airbags de cabeça, destaca-se o Safer Tag, um assistente passivo de segurança colocado no topo do painel. Serve para alertar o motorista para situações de risco como saída de faixa, colisão frontal, proximidade de pedestres e ciclistas, porém sem atuação ativa.

A Amarok continua se destacar entre seus sete concorrentes diretos pelo volume da caçamba de 1.280 litros e capacidade de carga de 1.104 kg. Além disso, permanece como picape média diesel mais potente graças ao motor V-6 turbo 3-litros, 258 cv (na função de sobrepressão até 272 cv durante 10 segundos, após 5 segundos volta a ficar disponível) e 59,1 kgf·m com aceleração de 0 a 100 km/h em apenas oito segundos e velocidade máxima de 190 km/h. Tração nas quatro rodas sob demanda.

Garantia subiu para cinco anos. Os preços mantidos no ano-modelo 2025 vão de R$ 309.990, na configuração de entrada Comfortline, R$ 328.990, na intermediária Highline e R$ 350.990 na de topo, a Extreme.

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