Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi terá um ''novo começo''
Mitsubishi não deverá mais oferecer esportivos ou carros de passeio; saiba mais detalhes
Prestes a completar 20 anos e profundamente abalada após o escândalo da prisão de Carlos Ghosn, executivo que forjou o acordo que hoje contempla Renault, Nissan e Mitsubishi, a Aliança entre as três companhias promete realizar um “novo começo” daqui para frente.
Os responsáveis pelas três fabricantes realizaram nesta semana um encontro – ao qual Ghosn gostaria de participar, mas foi proibido pelas autoridades japonesas – onde estabeleceram a criação de um conselho administrativo (Alliance Board) que será responsável por fiscalizar as operações e a governança administrativa entre as marcas.
O conselho será formado por Jean-Dominique Senard, que ocupará os cargos de presidente da Renault e do Alliance Board, além dos CEOs de Nissan, Renault e Mitsubishi. Caberá a esse conselho evitar situações como as que levaram à prisão de Ghosn e também manter os acionistas informados sobre as atividades da Aliança, buscando também formas de otimizar cada vez a parceria entre as fabricantes.
Mitsubishi abandona esportivos e carros de passeio
Um ponto interessante envolvendo a Mitsubishi, dessa vez uma informação apurada pelos colegas do Car Throttle no Salão de Genebra deste ano, é a de que a Mitsubishi de fato dará adeus ao segmento de carros de passeio ou aos consagrados esportivos que ajudaram a projetar a marca ao longo dos anos no cenário da indústria automotiva global.
De acordo com Rob Lindley, responsável pelas operações da Mitsubishi na Inglaterra, o foco a partir de agora para a marca será em SUVs, crossovers, carros com tração integral e sistemas de propulsão alternativa. Com isso, a marca vai abandonar seu vasto legado que engloba as 10 gerações do Lancer EVO, o 3000GT, Eclipse, entre outros esportivos e carros de passeio.
A tendência, com isso, é que alguns nomes famosos do passado, como o próprio Eclipse, voltem à cena em novos SUVs ou crossovers, como ocorre com o Eclipse Cross atualmente. Até mesmo a designação Evolution pode figurar em um futuro utilitário esportivo da marca.
Segundo o executivo da Mitsubishi no Reino Unido, o que fez a marca migrar de vez seu posicionamento para os SUVs, além do boa fama que a Mitsubishi possui no segmento, é o baixo volume de vendas envolvendo carros puramente esportivos ou versões de carros de passeio com apelo esportivo ultimamente. “Como um negócio que vende cerca de 1,2 milhão de carros ao redor do mundo, essa não é uma categoria que se justifica do ponto de vista comercial em uma escala global. Se você tenta e está presente em todos os segmentos do mercado e segue tendências como os carros esportivos, será difícil ser economicamente viável para a empresa”, explicou Rob Lindley.