''Ainda vejo oportunidades para ampliar nossa linha'', revela chefe de design da Land Rover
Executivo destaca que ainda existem espaços na gama da marca inglesa que podem ser preenchidos
Ele é um dos principais responsáveis pela boa fase que a britânica Land Rover está passando e não esconde o ânimo para criar e colocar novos modelos da marca nas ruas do mundo inteiro. Com 60 anos e ocupando o posto de Chief Design Officer da marca desde 2006, Gerry McGovern é o responsável por modelos de muito sucesso da marca, como o Range Rover Evoque e, mais recentemente, a nova família Discovery e o Range Rover Velar. O executivo concedeu uma entrevista para o Automotive News Europe na qual revelou sua vontade de expandir a gama de SUVs da fabricante.
Uma das estratégias de McGovern foi constatar e procurar preencher os “espaços em branco” (white space) na gama Land Rover e sua marca de alto luxo Range Rover, premissa com a qual o Range Rover Evoque foi concebido. McGovern explica que o mesmo raciocínio foi aplicado para a necessidade de criar o Range Rover Velar. “Para alguns o Evoque é pequeno demais, enquanto o Range Rover Sport tornou-se grande demais. O Velar, por sua vez, continua com a tradição da Range Rover porém com um toque diferente e uma proposta mais voltada ao uso on-road”, explica o chefe de design da Land Rover.
Questionado se a fabricante cogita produzir um modelo para rivalizar com o Bentley Bentayga, McGovern declarou que essa possibilidade existe. “Hoje a gama Range Rover atua em uma faixa de preço de até 176.000 libras no Reino Unido. Alguns clientes podem facilmente solicitar para nossa divisão de veículos especiais (SVO) algum tipo de personalização extra e o valor atinge facilmente a casa de 200.000 libras, portanto para nós não é segredo nenhum atuar no segmento do Bentley Bentayga. O que nós (Land Rover) temos é pedigree e autenticidade nesse setor, então por que não poderíamos criar um rival para o Bentley?”, questiona McGovern.
Partindo para a gama mais acessível da Land Rover, o Automotive News Europe questionou McGovern se podemos esperar mais novidades para a linha. O executivo explicou que o trabalho em sua área é o de sempre estar atento, pesquisar, e questionar “e se fizermos determinado Land Rover ou Range Rover?”. McGovern acrescenta, dando uma pista sobre o que podemos esperar daqui há alguns anos, de que para ele “família é mais do que dois produtos e até o momento a gama Discovery, por exemplo, tem apenas dois modelos”. “Então eu vejo aí uma série de oportunidades”, acrescenta McGovern.
Questionado sobre os carros autônomos ou como os carros do futuro deverão ser, McGovern mostra uma visão bem particular sobre o tema. “Existem uma série de conversas sobre o fato de que dentro de 25 anos os jovens não vão mais querer ter um carro e que ninguém mais será dono de um automóvel. Eu acho que as pessoas esquecem, nessa hora, de que muita gente tem um desejo visceral de possuir determinado automóvel, aquele tipo específico que os alegra e ressoa com ela em um nível emocional. Para mim o que gera isso é o design. O design é a cola. E isso para mim só pode ser feito pela essência de uma marca, caso contrário esses automóveis tornam-se simples produtos”.
Para embasar seu raciocínio, McGovern destaca a relojoaria suíça atual. “Você não precisa mais de um relógio hoje em dia, porém o nível de investimento e lucro desse setor ainda são muito altos. Eles são abastecidos pelo desejo. As pessoas compram esses relógios porque eles ressoam com sua personalidade”.