Agora automático, Nissan Versa merece destaque no segmento
Chegada da eficiente transmissão CVT fez bem ao modelo; confira avaliação da versão Unique
Caros, quase nada procurados e sofrendo um forte preconceito até o fim dos anos 1980, com a fama de que “davam muita manutenção” ou pelo fato de jogar o consumo de combustível para as alturas, o câmbio automático passou de um equipamento nada desejado para um item cada vez mais valorizado até entre os carros compactos. O trânsito cada vez pior das cidades e a popularização das caixas robotizadas, que, com preço bem inferior ao das transmissões automáticas convencionais, ajudou o brasileiro a ver como é bom dar folga ao pé esquerdo no trânsito urbano e colaborou para disseminar o câmbio automático nos últimos anos também por aqui.
Para quem tem família e precisa de um carro espaçoso, além do Toyota Etios Sedã, que você já conferiu recentemente em um teste aqui no AUTOO, o Nissan Versa 2017 também é uma opção muito interessante para esse público. Agora com a chegada da opção automática, o modelo inclusive é uma grande aposta da Nissan para ganhar mais espaço no mercado.
O Versa mais barato com a nova caixa CVT parte de R$ 58.840 na versão SV CVT, sobe para R$ 65.590 na intermediária SL CVT e pode atingir até R$ 67.190 na topo de linha Unique CVT, versão que testamos para esta reportagem. Trazendo o que se espera encontrar em um carro desse valor no que diz respeito a itens de conforto, o Versa SV CVT conta com ar-condicionado, direção com assistência elétrica, trio elétrico, alarme, rádio com MP3 Player, entrada auxiliar e comandos no volante, dentre outros equipamentos. Se o orçamento permitir, a versão Unique acrescenta revestimento interno de couro, ar-condicionado automático digital e a completa central multimídia Nissan Multi-App que permite controlar alguns aplicativos do celular diretamente na tela do equipamento.
Pensando de uma forma racional – e até porque não existe nenhuma diferença técnica significativa que justifique pagar R$ 8.350 a mais no Versa Unique exceto as rodas de liga leve aro 16” – o Versa SV já está de bom tamanho e desponta como a compra mais racional para o modelo.
Interessante que tanto o Versa como o Etios são modelos que se aproximam muito no ideal de oferecer o máximo em espaço interno, bem ao gosto das famílias de mercados emergentes, porém a vantagem do Nissan é que você não se sente em um modelo que busca o máximo em economia de custos como o sedã de entrada da Toyota. Mesmo na versão mais cara, a Platinum, o fato do Etios Sedã sequer oferecer alto-falantes traseiros é algo que está longe de agradar considerando que ele custa até mais que o Versa Unique.
R$ 67.190 Sedã compacto Toyota Etios Sedã, Chevrolet Prisma 17.412 unidades 1.6 16V, flex 111 cv (E)/(G) a 5.600 rpm 15,1 kgfm (E)/(G) a 4.000 rpm Automática, CVT 4,49 m de comprimento, 1,69 m de largura, 1,50 m de altura e 2,60 m de entre-eixos 1.101 kg 460 litrosNissan Versa Unique CVT
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Para quem é espaçoso e não gosta de passar aperto, o Versa é o carro ideal. Mesmo com os bancos dianteiros recuados ao máximo, ainda sobra muito espaço para as pernas dos passageiros no banco traseiro, um dos traços mais marcantes do Versa. Para melhorar o espaço para a cabeça, o encosto traseiro é ligeiramente reclinado, o que de certa forma até ajuda a oferecer uma posição mais relaxada para quem se acomoda por ali. O espaço lateral do Versa poderia ser ligeiramente maior, porém é uma limitação do porte do modelo e algo também notado no Etios Sedã.
O porta-malas de 460 litros do Versa não supera os 562 litros do Etios Sedã, mas é difícil dizer que os 102 litros de diferença fazem muita diferença. O compartimento do Nissan está na média do segmento e pode acomodar com folga um jogo de malas e atender uma família mesmo por viagens longas.
Ainda com relação ao conforto a bordo, foi prudente por parte da Nissan melhorar o isolamento acústico no Versa 2017 em especial pela adoção do câmbio CVT. O excesso de ruído que avançava pela cabine do sedã era nítido até a linha 2016 e, considerando que dependendo da solicitação a transmissão CVT pode manter o motor trabalhando em rotações elevadas, caso nada fosse feito os passageiros poderiam se sentir incomodados.
Sem opção de trocas sequenciais, o câmbio CVT oferece ao motorista apenas a possibilidade de selecionar a função Low, que amplifica o efeito do freio-motor nas descidas ou serve para ajudar o carro a partir em aclives muito pronunciados. Além disso, também é possível desabilitar o overdrive por meio de um botão na alavanca, melhorando as respostas do sedã.
Como é próprio de um câmbio CVT, não existe nenhuma perda da força gerada pelo motor para as rodas, proporcionando um rodar mais suave e linear em relação até mesmo às caixas automáticas. Com gasolina no tanque, o Versa CVT entrega médias de 11,6 km/l na cidade e 14,1 km/l na estrada, números muito bons, mas ainda inferiores aos do Etios Sedã (12,2 e 14,9 km/l, respectivamente) com seu antigo câmbio de apenas 4 marchas.
Com uma direção elétrica precisa e de respostas não tão rápidas, pensando mais no conforto, o Versa no geral é um carro bem neutro ao rodar. Mesmo com as rodas de liga leve aro 16” da versão Unique, a tranquilidade nos deslocamentos não é abalada mesmo na buraqueira de nossas ruas e avenidas.
Com três anos de garantia, o Versa 2017 soma R$ 2.565 no custo de revisões até 60.000 km, valor que já inclui a mão de obra. O Etios Sedã, que também conta com cobertura de fábrica por 3 anos, traz um gasto de R$ 2.630 para o mesmo prazo de manutenção, portanto o valor do Nissan mostra-se competitivo.
Além de mais barato que o Toyota Etios Sedã quando comparamos suas versões topo de linha, o Versa traz um câmbio mais moderno e um interior que não o faz sentir em um carro projetado para custar o menos possível como o Etios, o que, nesse caso, até se torna um contrassenso. Logo, se você precisa de um carro confortável para você e sua família, além de contar com a comodidade do câmbio automático, vale a pena optar pelo Versa CVT.