Acionistas da PSA aprovam fusão com a Fiat Chrysler
Sócios como o governo francês, a montadora chinesa Dongfeng e a família Peugeot, além de acionistas minoritários deram luz verde para criação da Stellantis
Os acionistas da Peugeot Citroën (PSA) aprovaram nesta segunda-feira (04) a fusão do grupo com a Fiat Chrysler (FCA) para formação da gigante automotiva Stellantis. Para isso, foi realizada uma assembléia especial que incluiu a família Peugeot, a montadora chinesa Dongfeng e o governo francês, além de acionistas minoritários.
Segundo a empresa, 99,85% dos votos foram favoráveis ao negócio. Ainda nesta segunda-feira, os investidores da FCA deverão realizar uma assembleia semelhante que, se for bem sucedida, abrirá caminho para o fechamento do acordo, com 14 marcas que vendem anualmente cerca de 8,7 milhões de veículos, o que fará dela a 4ª maior montadora do mundo. As autoridades europeias já deram seu aval para a união.
Entre os desafios no caminho da Stellantis estará a redução do excesso de capacidade produtiva, investir em novas plataformas de veículos de propulsão limpa e conquistar novos mercados. O mais importante deles deverá ser a China, onde a PSA e a FCA patinam há vários anos. “Estamos prontos para essa fusão”, disse o CEO da PSA, Carlos Tavares, que também será o principal executivo da Stellantis.
Chrysler com a corda no pescoço?
O anúncio da aprovação da fusão ocorre no momento em que surgem informações de que a Stellantis poderá eliminar algumas marcas do portfólio, algo que havia sido negado durante a negociação de fusão.
De acordo com um artigo da Associated Press, Carlos Tavares pode extinguir a Chrysler por conta das baixas vendas. A icônica marca americana está defasada em sua linha de veículos, com apenas três modelos, o sedã 300 e as vans Pacifica e Voyager.
A marca, que sob controle da FCA, tentou renascer por meio de compartilhamento de produtos com a Fiat, não conseguiu se recuperar e amarga quedas seguidas nos emplacamentos nos EUA. Os dois grupos têm negado ou evitado revelar cortes previstos nos planos de reestruturação, que só devem ser anunciados após a fusão.