Abeiva diz que tudo continua como antes

Licença de importação não terá impacto no setor de carros importados, segundo entidade que representa 30 marcas

José Luiz Gandini | Imagem: Fast Driver

Mesmo revelando preocupação com a súbita mudança nas regras de importação de automóveis, a Abeiva, entidade que reúne cerca de 30 marcas importadoras, confia que o governo não dificultará a entrada de veículos no Brasil.

Desde o dia 11, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior passou a exigir a Licença de Importação (L.I.), documento que permite que os automóveis possam ser trazidos para o país – a partir de 2001, a liberação passou a ser automática após um período de dificuldades para o setor.

José Luiz Gandini, presidente da Abeiva, disse em São Paulo nesta quarta-feiraque o governo prometeu agilizar a liberação das licenças, mas que até o momento apenas um responsável pelo trabalho foi indicado: “por enquanto, estamos reorganizando nossos processos de importação para se adequar à nova exigência”, disse. As primeiras licenças serão requeridas nas próximas semanas e não há uma expectativa sobre o tempo que elas levarão para serem liberadas. “Acreditamos que isso leve de 10 a 15 dias”, disse Paulo Kakinoff, presidente da Audi, “o que não mudaria nada para o nosso consumidor”, garantiu.

Para Sérgio Habib, presidente da JAC, a marca chinesa que tem dado trabalho às montadoras locais, “se levar de 30 a 40 dias não afetará nossa programação”. Tanto ele quanto Kakinoff explicaram que a tendência é esperar a aprovação da licença para então liberar o embarque dos veículos nos países de origem.

Sem reflexo nos preços

Para a Abeiva, a iniciativa do governo é correta: “o Ministro Pimentel pretende apenas entender melhor o que ocorre no setor de carros importados, o que não era possível com o sistema automático que vigorava”, disse Gandini, que afastou uma possível ação para frear as importações. O presidente da Audi acrescentou que o “automóvel importado tem peso pequeno na balança comercial”.

Todos os representantes das marcas importadoras presentes na coletiva foram unânimes em dizer que a mudança não afetará os preços dos carros e que não haverá desabastecimento no mercado.

Caminhões parados

A situação dos membros da Abeiva constrata com a das marcas que trazem seus carros da Argentina. Segundo relatos, há mais de 3 mil veículos parados na fronteira com o Brasil e algumas concessionárias já sentem a falta de automóveis vindos do país vizinho como os modelos Fluence e Clio, da Renault.

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