A corrida das marcas chinesas: quem está na frente? BYD, GWM ou CAOA Chery?
Nova chegada das fabricantes vindas da China ao Brasil está mudando paradigmas e ajudando o setor a evoluir no país
Desta vez, os chineses vieram ao Brasil para ficar, ao contrário da primeira tentativa, há pouco mais de 10 anos, quando o chamado "Super IPI", anunciado no final de 2011, que acrescentou 30 pontos percentuais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros importados de fora de Argentina, Uruguai e México.
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Agora a história é bem diferente. Pelo menos três marcas estão com investimentos confirmados em fábricas no Brasil (BYD, GWM e Caoa Chery) e mais uma, a Neta Auto, com intenção de produzir por aqui, mas ainda sem entrar em detalhes, o que deverá acontecer dentro dos próximos meses.
Dessas três principais marcas chinesas que anunciaram investimentos importantes no Brasil, a BYD é a que está se saindo melhor no mercado brasileiro. Anunciou que vai investir R$ 5,5 bilhões na fábrica em Camaçari (BA), onde ficava a Ford. Pelo o que apuramos, a marca trabalha para que o início da produção não passe do primeiro trimestre de 2025.
BYD sai na frente entre as chinesas
Além disso, a BYD acaba de trazer ao Brasil um navio da própria marca com nada menos que 5.500 carros. Entre os modelos que desembarcaram no Porto de Suape (PE) está o sedã médio híbrido plug-in King, que deverá ser lançado no começo do segundo semestre. Trata-se de um forte rival do Toyota Corolla e capaz de fazer ate 25,6 km/l, de acordo com a fabricante chinesa.
Aliás, a BYD tem conseguido os maiores números de vendas entre as marcas chinesas no Brasil até agora. No acumulado de janeiro a maio, pelos dados da Fenabrave (Federação dos Dristribuidores de Veículos), está com 27.226 unidades vendidas, o que representa 3,1% do mercado de automóveis e comerciais leves, mas tem planos de chegar a 5% até o fim do ano, como nos disse o Diretor de Vendas, Henrique Antunes, no lançamento do Dolphin Mini.
Em seguida, vem a Caoa Chery, que fabrica e importa modelos da Chery no Brasil. Anunciou que vai investir R$ 3 bilhões nos próximos 5 anos, em sua fábrica em Anápolis (GO), o que deverá criar 800 novos empregos. O foco desse montante é o aumento da produção do Tiggo 5X, que terá sua capacidade ampliada em 150%.
De acordo com o CEO da Caoa Chery, Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, a marca vai investir em novos produtos, renovação dos atuais, além de introduzir de novas tecnologias de eletrificação. Além disso,o dinheiro será usado em marketing e pós-vendas, o que significa melhoria dos serviços de oficina, balcão de peças, entre outras ações.
Caoa Chery aposta no Tiggo 5X
No ranking de vendas das marcas chinesas, a CAOA Chery vendeu de janeiro a maio de 2024 23.004 unidades, pelos dados da Fenabrave, volume que corresponde à 2,6% do mercado de automóveis e comerciais leves, porcentagem que é maior do que de marcas tradicionais, como Ford (1,8%), Citroën (1,4%) e Peugeot (1,1%).
A GWM aparece como a terceira marca chinesa mais pujante no Brasil, pelo menos por enquanto. Teve que adiar a inauguração da fábrica em Iracemápolis (SP), onde era a Mercedes-Benz, para 2025. Vai investir R$ 10 bilhões em três anos. O primeiro carro a ser fabricado lá será o SUV híbrido Haval H6.
Em seguida, passará a montar a picape híbrida Poer. Para isso, a marca trabalha no sistema híbrido flex, que será adotado em outros modelos da marca que tem planos de lançar várias novidades, inclusive a linha Tank, começando pelo 300, um SUV com cara de Jeep Wrangler, mas que custa bem menos, equipado com motor 2.0 turbo a gasolina de 252 cv e 38,7 kgfm e outro elétrico, de 163 cv.
No ranking de vendas, a GMW está com 9.989 unidades de janeiro a maio de 2024, ou 1,1% do mercado brasileiro, um pouco na frente da Peugeot (1,1%) e Mitsubishi (1%). Mas isso deve mudar com a produção nacional e a chegada de novos modelos da marca ao Brasil.
Tanto BYD, quanto Caoa Chery e GWM estão levando fabricantes tradicionais no Brasil a adotar novos paradigmas e a reduzir preços de alguns dos seus modelos para continuarem competitivas. São efeitos de novos concorrentes, que são bem-vindos ao mercado brasileiro.
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