5 tecnologias de carros que pareciam inovadoras, mas não deram certo
Evolução da indústria automotiva foi marcada por tentativas que não foram para frente no mercado
Quem acompanha a indústria automotiva sempre vê algo de novo chegando. Hoje estamos na era da eletrificação e vários caminhos estão sendo seguidos, mas não sabemos se todos vão dar certo. Por exemplo, veremos nos próximos meses uma enxurrada de carros híbridos leve, enquanto os híbridos pleno e plug-in já convivem com os elétricos nas ruas.
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Para não fazer um trabalho de futurologia que quase sempre dá errado, vamos relembrar as tentativas de revolucionar os carros que as montadoras já fizeram, mas que, assim como tentar adivinhar o futuro, não foram bem sucedidos. A lista tem de formas a ganhar potência a tentar substituir uma tração integral.
Ford Supercharger
No começo dos anos 2000 a Volkswagen inovou ao lançar o hoje comum, mas na época uma novidade, motor 1.0 turbo. O objetivo era entregar melhor desempenho mantendo o consumo do propulsor de um litro. A resposta da Ford foi sobrealimentar seu motor 1.0 de outra maneira, utilizando um compressor mecânico.
A ideia era boa, afinal o chamado Supercharger que equipou Fiesta hatch, sedã e o SUV EcoSport elevava a potência do ZetecRocam de 65 cv para 95 cv de potência. Mas o consumo era elevado. Motivado por isso e pela propaganda contrária da própria Volkswagen comparado a mecânica rival a um “motor de geladeira”, fez com que o compressor saísse de cena.
Câmbios automatizados
Ainda há opções automatizadas de dupla embreagem e até novidades nessa área, como o câmbio do Renault Kardian e do novo Hyundai Creta, mas as transmissões robotizadas de embreagem única foram uma tentativa frustrada da indústria de popularizar os carros automáticos. E diversas marcas lançaram as suas caixas como Fiat Dualogic, Volkswagen IMotion, Chevrolet Easytronic e Renault Easy’R.
Mas os problemas logo começaram a surgir. Esse tipo de carro precisa ser dirigido como se fosse um manual, mas sem precisar trocar as marchas. Então os trancos nas mudanças incomodavam bastante. Além disso, não demorou para surgir problemas crônicos em diversas dessas transmissões que felizmente já foram extintas do nosso mercado.
Embreagem automática
Outra tentativa de robotizar o câmbio manual foi o sistema de embreagem automática que chegou ao Brasil no Mercedes Classe A, ao Chevrolet Corsa Autoclutch ao Fiat Palio Citymatic, todos raríssimos hoje em dia. Com esses sistemas, o motorista continuava tendo que mudar as marchas na alavanca, mas não precisava mais acionar o pedal da embreagem.
O sistema de engate era acionado automaticamente quando o motorista colocava a mão na alavanca. Apesar das facilidades na condução e na manutenção, afinal a embreagem era igual a das versões com pedal, as vendas foram baixas e o sistema acabou caindo em desuso.
Fiat Locker
A linha Adventure da Fiat foi um sucesso. Eram versões aventureiras de carros como Palio Weekend, Doblò e Strada com adereços off-road, pneus de uso misto e molduras plásticas na carroceria. Mas faltavam habilidades mecânicas para realmente sair de atoleiros e a solução não foi uma tração 4x4.
Surgiu então o sistema Locker era uma trava mecânica no diferencial dianteiro, que permitia que as duas rodas dianteiras girassem na mesma velocidade, mesmo quando uma delas perdia a tração. Mas o sistema era limitado a 20 km/h e não poderia ser usado no asfalto, causando quebras no diferencial. Esses problemas e a evolução dos sistemas de controle de tração eletrônicos aposentaram o Locker.
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GNV de fábrica
Houve uma época no Brasil que o GNV (gás natural veicular) era vantajoso em muitos estados e diversos motoristas investiram na conversão de seus carros para a instalação do chamado kit gás. De olho nisso algumas montadoras começaram a oferecer o conjunto de fábrica, caso da Ford com a Ranger e o mais emblemático de todos, o Fiat Siena Tetrafuel.
O “tetra” é porque o Siena podia ser movido por quatro combustíveis: GNV, etanol, gasolina brasileira com etanol e gasolina pura usada nos países vizinhos. O cilindro de gás no porta-malas ocupava um espaço considerável, mas o sistema já era integrado, incluindo mostrando o nível do gás no painel. Hoje o combustível é mais utilizado em frotas e táxis e a Fiat não deu continuidade ao sistema no Cronos.