5 razões convincentes de que o Fiat Uno jamais deveria ter saído de linha
Hatch deixou de ser fabricado no Brasil em 2021; saiba o motivo que decretou o seu fim
Um dos carros mais emblemáticos já produzidos e com o maior tempo em produção no Brasil, o Fiat Uno foi lançado no Brasil em 1984 e só deixou de ser produzido em 2013. Mas a despedida foi marcada com uma série especial, a Grazie Mille, limitada a 2 mil unidades. Se for considerarmos as duas gerações deste fenômeno da Fiat (até chão de terra, ele encara com maestria e desenvoltura), já foram 4.379.356 unidades fabricadas.
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Mas qual a razão de tanto sucesso em um veículo popular? Além do ótimo aproveitamento de espaço interno, o hatch da Fiat consegue aliar boa posição de dirigir, robustez mecânica, peças baratas e fáceis de serem encontradas, mão de obra superacessível, e, claro, não podemos nos esquecer da cereja do bolo: excelente economia de combustível.
Mas então por que a Fiat o tirou de linha? Simples, um dos motivos maiores foi em razão da então nova norma de emissões de gases versus o custo para mantê-lo em linha. Trocando em miúdos, não compensou para a Fiat continuar a fabricá-lo mantendo o preço que sempre foi referência entre seus modelos de entrada.
Além disso, o Mobi, ainda que não tinha a superioridade do Uno em termos de espaço interno, supria o nicho do popular de entrada da Fiat. Na outra ponta da balança, havia o Argo - introduzido no Brasil em 2017 - que vendia que nem pão quente, e então a marca preferiu se concentrar naquilo que estava dando mais lucro, ou seja, no Mobi e Argo.
De qualquer forma, o Uno conseguiu acumular inúmeras vitórias ao longo de seus quase 40 anos de história no Brasil. Confira abaixo cinco dos motivos mais convincentes do hatch da Fiat pelos quais ele poderia voltar a ser produzido no Brasil.
1- Versatilidade
Imagem: Divulgação
O Fiat Uno é versátil e tem bom aproveitamento de espaço interno. A primeira geração tem 3,69 metros de comprimento, 1,54 m de largura e 1,44 m de altura; já a segunda possui 3,82 m de comprimento, 1,63 m de largura e 1,48 m de altura.
Exemplificando melhor, as linhas angulosas assinadas por Giorgetto Giugiaro trazem melhor aproveitamento de espaço interno. Mesmo na antiga versão de duas portas do primeiro Uno, entrar e sair era fácil, por conta do assento que rebatia junto ao encosto. A chegada da opção 4 portas em 1992 só melhorou o acesso.
2- Desempenho vs. economia de combustível
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O Uno é mais acertado em termos de economia vs. desempenho. Com o motor tricilíndrico 1.0 6V Firefly (77/72 cv e 10,9/10,4 kgfm), são 9,1 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada (etanol) e 13,2 km/l e 15,2 km/l, nessa ordem (gasolina).
O Mobi 1.0 L4 8V Fire (74/71 cv e 9,7/9,3 kgfm) faz 9,6 km/l, 10,4 km/l, 13,5 km/l e 15 km/l, graças à recalibração do motor para atender as novas normas do Programa de Controle da Poluição do Ar (Proconve L7), de 2022. Mas no desempenho, o Uno é melhor: 0-100 km/h em 12,5 segundos e velocidade final de 157 km/h e o Mobi, 14 s e 152 km/h.
3- Inovações
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O Fiat Uno foi o primeiro carro do Brasil com motor 1.0 feito para se enquadrar nas novas leis fiscais criadas em 1990. Com isso, a redução da alíquota para até 1.000 cc era de 20% enquanto que, para os com cilindrada maior, ficava em 32%.
Além disso, coube ao Uno ser o primeiro carro com computador de bordo (opcional) e o primeiro 1.0 com ar-condicionado, na versão ELX. Ele foi o primeiro nacional a ter motor turbinado, em 1994. Com o 1.4 injetado de 4 cilindros e turbocompressor, rendia 118 cv e 17,5 kgfm. Com isso, os 100 km/h eram feitos em 9,2 s, e a velocidade final, 195 km/h.
4- Porta-malas maior
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Mesmo menor, o primeiro Uno ainda leva vantagem na questão do porta-malas: 290 litros contra 280 l do último Uno que em 2010, ganhou nova plataforma - baseada na do Palio, mas com algumas modificações - que propiciou maior espaço interno.
Uma das explicações é que o antigo uno, o estepe era posicionado junto ao motor, liberando mais espaço no porta-malas. Seja qual for, ambos são insuperáveis se for comparar com o atual modelo de entrada da Fiat, o Mobi, que é mais apertado. Seu porta-malas tem apenas 235 l e o espaço interno deixa a desejar.
5- Produção e vendas
Imagem: Divulgação
Após quase 30 anos das duas gerações do hatch da Fiat, saíram do Polo Automotivo de Betim, em Minas Gerais, a soma de 4.379.356 milhões de unidades produzidas de forma ininterrupta. No último ano de fabricação (2021), só para efeito de comparação, o subcompacto vendeu no acumulado 20.555 unidades, contra 19.196 do VW Polo, que hoje é o segundo modelo mais vendido.
Em 2021, o último Uno da série de despedida “Ciao” foi vendido por R$ 84.990. Limitada a apenas 250 exemplares, hoje é um futuro candidato a estar nas principais coleções do Brasil.
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