2 de setembro de 2017: a Kombi celebra 60 anos no Brasil

Modelo que se tornou símbolo de veículo utilitário é um marco da indústria automotiva nacional
Volkswagen Kombi 2005

Volkswagen Kombi 2005 | Imagem: Divulgação

2 de setembro de 1957. A data em questão é um marco não só para a Volkswagen em nosso país, como também para a indústria automotiva nacional afinal um de seus modelos mais lonjevos começava a ser produzido aqui. Há exatos 60 anos a primeira unidade da Kombi nacional deixava a linha de montagem em São Bernardo do Campo (SP) já com 50% de suas peças produzidas aqui mesmo no Brasil.

Não demorou muito para que a Kombi virasse uma referência de veículo para o trabalho. De “perua” escolar até a escolha de 10 entre 10 feirantes ou especialistas em “carretos”, a Kombi marcou até mesmo o estigma de um movimento cultural muito importante, sendo o meio de transporte preferido dos hippies norte-americanos.

A Kombi foi idealizada pelo holandês Ben Pon na década de 1940, que pretendia incluir o confiável conjunto mecânico do Fusca em um veículo leve de carga. A produção do modelo começou na Alemanha em 1950. O destaque era a carroceria monobloco, a suspensão reforçada e o motor traseiro, refrigerado a ar, de 25 cv.

A primeira Kombi brasileira de 1957 tinha motor de 1.200 cm³ de cilindrada. Menos de quatro anos mais tarde chegou ao mercado o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão picape surge em 1967, já com motor de 1.500 cm³ e sistema elétrico de 12 volts.

A trajetória internacional da Kombi brasileira se inicia com a história das exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 70 para mais de 100 países. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai.

No Brasil, em 1975 e aproveitando uma reestilização, a Kombi passa a ser equipada com o motor 1.6 e, três anos mais tarde, o modelo ganha dupla carburação. O motor diesel 1.6, refrigerado a água, surgiu em 1981, mesmo ano do lançamento das versões furgão e picape com cabine dupla. No ano seguinte surge o modelo a etanol e, em 1983, a Kombi apresenta painel e volante novos, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa por baixo do painel, também renovada.

As versões a diesel e cabine dupla incorporaram novidades e itens de conforto como cintos de segurança de três pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça, temporizador para o limpador do para-brisa, entre outros. Em 1992, a Kombi ganhou conversores catalíticos de três vias, sistema servo-freio, incluindo discos na frente e válvulas moduladoras de pressão para as rodas traseiras.

Uma versão mais moderna chegou em 1997 com o nome de Kombi Carat, apresentando novas soluções, como teto mais alto, porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro. As mudanças foram realizadas sem abrir mão da versatilidade e da economia exigidas por seus fiéis consumidores.

No final de 2005, a Kombi passou a ser equipada com o motor 1.4 Total Flex (arrefecido a água), até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor refrigerado a ar. Desde janeiro de 2006 até julho de 2012, o utilitário teve mais de 170 mil unidades produzidas. Com o novo motor, a Kombi desenvolve potência de 78 cv quando abastecido com gasolina e 80 cv com etanol.

Em setembro de 2013 a Volkswagen iniciou o “deslançamento” da Kombi após 56 anos de mercado. A edição especial, limitada a 1.200 unidades, chegou às concessionárias à época com preço sugerido de R$ 85.000 e a primeira unidade foi destinada ao museu de Autostadt, a cidade do automóvel, onde fica a sede do grupo Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha.

A edição trazia itens exclusivos como pintura tipo “saia e blusa”, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetiam às inúmeras versões do veículo fabricadas no país desde 1957. As unidades são numeradas e têm placa de identificação.

A pintura da Kombi Last Edition contava com azul predominante, com teto, colunas e para-choques brancos. Uma faixa decorativa, também branca, circunda todo o veículo logo abaixo da linha de cintura. As rodas e as calotas são pintadas de branco. A grade dianteira superior é também pintada na cor azul da carroceria, assim como as molduras das setas e aros dos faróis.

Os pneus com faixa branca conferiam um toque a mais de requinte e nostalgia ao modelo. Os vidros contavam com acabamento escurecido e o vigia traseiro trazia desembaçador elétrico. As setas dianteiras contavam com lentes de cristal branco. Nas laterais também se destacam os adesivos que identificam a série especial “56 anos – Kombi Last Edition”. Uma despedida mais do que merecida para um modelo tão carregado de história! 

Volkswagen Kombi 2005

Volkswagen Kombi 2005

Volkswagen Kombi T1 1959

Volkswagen Kombi T1 1959

Primeira unidade da Volkswagen Kombi produzida no Brasil em 1957

Primeira unidade da Volkswagen Kombi produzida no Brasil em 1957

Kombi realizando alguns testes em 1969

Kombi realizando alguns testes em 1969

Em 1976, a Volkswagen Kombi é reestilizada

Em 1976, a Volkswagen Kombi é reestilizada

Volkswagen Kombi Pick-Up Standard Cabine Dupla 1981

Volkswagen Kombi Pick-Up Standard Cabine Dupla 1981

Volkswagen Kombi Pick-Up Diesel 1983

Volkswagen Kombi Pick-Up Diesel 1983

Volkswagen Kombi Carat 1997

Volkswagen Kombi Carat 1997

César Tizo

O "Guru dos Carros", César Tizo se juntou ao time este ano e está à frente dos portais AUTOO e MOTOO. É o expert em aconselhar a compra de automóveis