2 de setembro de 2017: a Kombi celebra 60 anos no Brasil
Modelo que se tornou símbolo de veículo utilitário é um marco da indústria automotiva nacional
2 de setembro de 1957. A data em questão é um marco não só para a Volkswagen em nosso país, como também para a indústria automotiva nacional afinal um de seus modelos mais lonjevos começava a ser produzido aqui. Há exatos 60 anos a primeira unidade da Kombi nacional deixava a linha de montagem em São Bernardo do Campo (SP) já com 50% de suas peças produzidas aqui mesmo no Brasil.
Não demorou muito para que a Kombi virasse uma referência de veículo para o trabalho. De “perua” escolar até a escolha de 10 entre 10 feirantes ou especialistas em “carretos”, a Kombi marcou até mesmo o estigma de um movimento cultural muito importante, sendo o meio de transporte preferido dos hippies norte-americanos.
A Kombi foi idealizada pelo holandês Ben Pon na década de 1940, que pretendia incluir o confiável conjunto mecânico do Fusca em um veículo leve de carga. A produção do modelo começou na Alemanha em 1950. O destaque era a carroceria monobloco, a suspensão reforçada e o motor traseiro, refrigerado a ar, de 25 cv.
A primeira Kombi brasileira de 1957 tinha motor de 1.200 cm³ de cilindrada. Menos de quatro anos mais tarde chegou ao mercado o modelo de seis portas, nas versões luxo e standard, com transmissão sincronizada e índice de nacionalização de 95%. A versão picape surge em 1967, já com motor de 1.500 cm³ e sistema elétrico de 12 volts.
A trajetória internacional da Kombi brasileira se inicia com a história das exportações da Volkswagen do Brasil nos anos 70 para mais de 100 países. Os principais mercados externos da Kombi foram Argélia, Argentina, Chile, Peru, México, Nigéria, Venezuela e Uruguai.
No Brasil, em 1975 e aproveitando uma reestilização, a Kombi passa a ser equipada com o motor 1.6 e, três anos mais tarde, o modelo ganha dupla carburação. O motor diesel 1.6, refrigerado a água, surgiu em 1981, mesmo ano do lançamento das versões furgão e picape com cabine dupla. No ano seguinte surge o modelo a etanol e, em 1983, a Kombi apresenta painel e volante novos, além da alavanca do freio de mão, que sai do assoalho e passa por baixo do painel, também renovada.
As versões a diesel e cabine dupla incorporaram novidades e itens de conforto como cintos de segurança de três pontos, bancos dianteiros com encosto de cabeça, temporizador para o limpador do para-brisa, entre outros. Em 1992, a Kombi ganhou conversores catalíticos de três vias, sistema servo-freio, incluindo discos na frente e válvulas moduladoras de pressão para as rodas traseiras.
Uma versão mais moderna chegou em 1997 com o nome de Kombi Carat, apresentando novas soluções, como teto mais alto, porta lateral corrediça e a ausência da parede divisória atrás do banco dianteiro. As mudanças foram realizadas sem abrir mão da versatilidade e da economia exigidas por seus fiéis consumidores.
No final de 2005, a Kombi passou a ser equipada com o motor 1.4 Total Flex (arrefecido a água), até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômico do que o antecessor refrigerado a ar. Desde janeiro de 2006 até julho de 2012, o utilitário teve mais de 170 mil unidades produzidas. Com o novo motor, a Kombi desenvolve potência de 78 cv quando abastecido com gasolina e 80 cv com etanol.
Em setembro de 2013 a Volkswagen iniciou o “deslançamento” da Kombi após 56 anos de mercado. A edição especial, limitada a 1.200 unidades, chegou às concessionárias à época com preço sugerido de R$ 85.000 e a primeira unidade foi destinada ao museu de Autostadt, a cidade do automóvel, onde fica a sede do grupo Volkswagen em Wolfsburg, na Alemanha.
A edição trazia itens exclusivos como pintura tipo “saia e blusa”, acabamento interno de luxo e elementos de design que remetiam às inúmeras versões do veículo fabricadas no país desde 1957. As unidades são numeradas e têm placa de identificação.
A pintura da Kombi Last Edition contava com azul predominante, com teto, colunas e para-choques brancos. Uma faixa decorativa, também branca, circunda todo o veículo logo abaixo da linha de cintura. As rodas e as calotas são pintadas de branco. A grade dianteira superior é também pintada na cor azul da carroceria, assim como as molduras das setas e aros dos faróis.
Os pneus com faixa branca conferiam um toque a mais de requinte e nostalgia ao modelo. Os vidros contavam com acabamento escurecido e o vigia traseiro trazia desembaçador elétrico. As setas dianteiras contavam com lentes de cristal branco. Nas laterais também se destacam os adesivos que identificam a série especial “56 anos – Kombi Last Edition”. Uma despedida mais do que merecida para um modelo tão carregado de história!