10 carros que talvez você não saiba que foram vendidos no Brasil

Nos últimos dez anos algumas marcas resolveram lançar modelos que pareciam boa idéia na teoria. Só na teoria...
Citroën C6 2007

Citroën C6 2007 | Imagem: Divulgação

Imagine o prazer que os funcionários de uma montadora sentem ao ver um produto como um novo automóvel fazer sucesso no mercado. São anos e anos de estudos, testes, negociações para enfim aquele veículo chegar às concessionárias. É o que deve estar sentindo o pessoal da Toyota com o Yaris – que acumula mais de 3 mil unidades vendidas na primeira quinzena de agosto.

Às vezes o mercado muda nesse meio tempo, às vezes a marca também. Mas difícil mesmo é quando aquela ideia fabulosa revela-se um imenso fracasso. Se quase ninguém ignora a existência de um Onix ou HB20 o mesmo não se pode dizer de um Citroën C6. Maior modelo da marca na época, ele teve 18 unidades emplacadas no Brasil entre 2006 e 2008. Sucessor do clássico XM, o C6 já não conseguiu se beneficiar de um passado recente em que a marca francesa gozava de status de “premium”. Uma busca em classificados encontrou um exemplar em Ribeirão Preto por R$ 60 mil.

Veja a seguir outros casos:

Mitsubishi Lancer Sportback

O Lancer é um dos mais famosos carros relacionados ao rali e tem uma legião de fãs pelo mundo. Mas certamente não é pela versão cupê Sportback, lançada por aqui em 2011. Não conseguimos levantar o número oficial importado, mas certamente foi uma quantidade pequena comparada a do sedã. Apesar do motor 2.0 turbo de 250 e a grife “Ralliart” é raro ver um desses exemplares nas ruas. Na nossa pesquisa de mercado encontramos apenas 10 unidades com preços entre R$ 55 mil e R$ 75 mil.

Kia Quoris

O Quoris é daqueles carros que aparecem num salão e ficam na promessa. Mas a Kia criou coragem e lançou o sedã de luxo em 2015 com preço de R$ 250 mil na época e jeitão de querer brigar com BMW e cia. Apesar do porte, o Quoris só teve 17 unidades emplacadas no Brasil segundo nossos registros. Se você procurar um à venda pode dar de cara com um exemplar com pouca quilometragem e preço de R$ 200 mil.

Hyundai Equus

Se o Quoris já era um carro luxuoso o que dirá do Equus da sua irmã Hyundai. A marca trouxe o sedã/limusine em 2012 para o Brasil e chegou a vendê-lo por um curto período. Nós conseguimos anotar 48 unidades, quatro delas à venda na internet. Embora nem leve o logo da marca e sim uma figura com asas o sedã só durou até 2017 quando foi renomeado como Genesis G90 para dar origem a uma marca de luxo da empresa sul-coreana.

Volkswagen EOS

O EOS é um clássico da Volkswagen mas em outro sentido, o de projeto quase tão fracassado quanto o sedã de luxo Phaeton, ambos tentativas de fazer a marca disputar mercado com as três fabricantes premium alemãs. Para quem não sabe, o EOS foi um conversível de belas linhas e que nós contamos apenas 117 unidades emplacadas em território nacional entre 2009 e 2010 – na Europa ele durou até 2014 com uma reestilização. Se gostou dá para encontrar seis unidades à venda no país.

Kia Cerato Koup

Não foi só a Mitsubishi que quis testar uma versão cupê para evidenciar o lado esportivo de um modelo. A Kia também apostou no Cerato Koup, uma versão com duas portas, motor 2.0 e traseira mais personalizada do que o sedã. Mais uma vez o carro apareceu num ano (2009) mas só passou a ser vendido bem depois (em 2011). Já os resultados apareceram logo: 158 unidades emplacadas. Oito deles estavam à venda em agosto de 2018.

Effa Plutus

Já pelo nome da picape dá para saber que a Effa não leva jeito para coisa. A marca de origem uruguaia mas que vende carros chineses no Brasil tentou sem sucesso emplacar a Plutus, uma picape média por aqui. Pouco mais de 200 unidades chegaram ao mercado, mas sua sorte estava definida antes afinal ela oferecia um fraco motor diesel de 105 cv e visual de Isuzu antiga. É realmente para esquecer mas se você se apaixonou há um exemplar à venda na Bahia.

Suzuki Swift

Divertido, simpático e hatch compacto. O que poderia dar errado a um carro com essas características no Brasil. Mas deu. O Swift voltou ao país em 2014 com pinta de “Mini” japonês. Tinha motor 1.6 esperto, peso leve e direção esportiva, mas o preço sempre foi um pecado. Caríssimo, ele não encontrou interessados e no fim a Suzuki só conseguiu 290 clientes dispostos a levá-lo. Pelo menos 10 estavam anunciados em agosto.

Peugeot 508

Faz tempo que a Peugeot não sabe o que é vender mais de mil unidades por mês de um modelo. Que dirá conseguir interessados por um sedã maior que briga diretamente com os modelos alemães. Mas foi isso que os franceses tentaram em 2012 com 508, um belo veículo, mas que mal foi visto por aqui – 292 unidades em três anos de vendas. Não é um veículo difícil de encontrar com preços entre R$ 50 mil e pouco mais de R$ 60 mil.

Nissan Murano

Houve um tempo em que a Nissan era mestre em lançar e tirar do portfólio alguns carros. Um deles foi o Murano, um dos primeiros crossovers que se tem notícia. Misto de SUV com automóvel ele foi batizado pela marca de CUV em 2002 quando surgiu. Chegou ao Brasil em 2005 mas foi lançado de fato em 2007 tendo acumulado até 2013 quase 500 unidades emplacadas. No ano seguinte a Nissan lançou a segunda geração que assumiu o papel de SUV tradicional, mas aí os japoneses desistiram de trazê-lo para cá. Havia seis exemplares à venda em agosto, alguns com a frente reestilizada e bem mais agradável.

Citroën C6 2007

Citroën C6 2007

Ricardo Meier

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