Teste: Fiat Argo Drive 1.3 manual

Versão intermediária equilibra desempenho com economia, mas precisa dos opcionais para ficar interessante
Fiat Argo 2018

Fiat Argo 2018 | Imagem: AUTOO

Especialistas em marketing sabem de cor que quem determina o preço de um produto é o público. Cabe às marcas apenas descobrir o famoso “quanto ele vale”. Por esse raciocínio, estipula-se o valor cobrado por um teto e espera-se a reação do público.

Peguemos o caso da Honda. Ao lançar o “aventureiro” WR-V, um derivado do Fit, a montadora mirou alto, cobrando R$ 80 mil por um veículo compacto com recursos até modestos. Mas a imagem da marca japonesa foi suficiente para fazê-lo viável comercialmente. Em outra marca com menos prestígio, o WR-V certamente custaria bem menos.

E quanto à Fiat? A marca italiana, que já foi líder no Brasil por vários anos, experimenta um período de vacas magras. Seus veículos envelheceram e o público anda buscando produtos mais atraentes e vistosos. Para reverter a queda, a fabricante lançou três novos nomes no mercado, um de sucesso, a picape Toro, outro razoavelmente bem aceito, o pequeno Mobi, e agora o Argo, nova proposta de hatch compacto.

Como você viu aqui no AUTOO, o Argo agradou nas versões 1.8 e 1.0, mas restava saber se a versão intermediária, 1.3 Drive, também correspondia à expectativa.

De encher os olhos

Bem, como dissemos no começo do texto, uma marca tenta descobrir quanto o público está disposto a pagar por seu produto e com o Argo, a Fiat arriscou cobrar mais pelo modelo. Não que ele não traga atributos para isso, mas por ser um carro novo e sem histórico é impossível saber se tanto o emocional quanto o racional vão ver esse valor no carro.

É o caso do Argo 1.3 com câmbio manual. Seu preço é um pouco mais alto do que o Onix LT 1.4, seu principal rival. Porém, ele fica atrás em alguns recursos que são opcionais mas que deveriam ser de série, como as rodas aro 15 de liga leve – o hatch vem de série com pequenas rodas aro 14 de aço.

Ou seja, com todos os três kits opcionais (além das rodas, vidros elétricos na traseira, retrovisores também elétricos e sensor e câmera de estacionamento), o Argo 1.3 custa mais que o Onix LTZ 1.4. A questão é que, embora bem melhor equipado, ele é uma incógnita frente a um modelo consagrado no mercado.

Por enquanto as vendas do Argo estão razoáveis: a média tem sido de pouco mais de 4 mil unidades por mês, ou seja, um quarto do que vende o Onix e menos da metade do HB20. Mas, se depender da versão Drive 1.3 essa situação deveria ser menos desequilibrada.

Equipado com o motor Firefly de quatro cilindros já conhecido no Uno, o Argo 1.3 é o mais equilibrado da linha. Isso porque segue sendo econômico (9,2 km /l de etanol na cidade) e não decepciona no desempenho.

Não parece mas é plástico

No primeiro contato que tive com o Argo foi possível ver que a Fiat mesclou alguns traços trazidos pela Toro e, consequentemente, pitadas da Chrysler, com partes que ainda lembram seus carros anteriores. O Argo tem linhas atraentes sem abusar de cromados ou vincos como outros modelos.

O interior é o que mais impressiona: o painel de traços complexos dá a entender que você está num carro que usa vários materiais diferentes mas basta uma batidinha nas peças para ver que são plásticos mas com texturas diferentes.

A versão 1.3 tem menos elementos “Jeep” e mais “Fiat”: o ar-condicionado manual é um deles. Mas a bela e eficiente central multimídia UConnect domina o console e já dá o recado que o hatch tem seus trunfos.

 

 

Outra boa novidade é o painel de instrumentos com a tela TFT central. Eficiente, claro e sem modismos como em outros tempos. Já o espaço interno é bem mais amplo do que pensei. Atrás a largura é praticamente a mesma do finado Bravo, um hatch médio.

Ponto negativo fica para o revestimento simples dos bancos. A impressão é de fragilidade, mas ainda assim não comprometem a aparência geral. A ergonomia também é das mais apuradas. Você se encontra rapidinho no banco do motorista e a distribuição e posição dos botões e acionadores é natural. Há bons porta-objetos e duas entradas USB, uma para cada fileira.

O porta-malas, de 300 litros, é adequado e possui botão elétrico ou por meio da chave – o Argo também traz Isofix para cadeiras infantis.

Silêncio a bordo

Até aqui, o Argo já lhe conquistou mesmo parado, mas será que rodando ele deixa a desejar? Pelo contrário. A Fiat soube calibrar a dirigibilidade do hatch compacto para que a experiência seja confortável. A direção elétrica é leve e precisa, a suspensão roda macia, mas sem ser mole e o silêncio a bordo é o ponto mais alto do conjunto.

Ou seja, bastaria apenas um bom motor para que o resultado ficasse acima da média e o Firefly 1.3 litro de 109 cv com etanol cumpre sua parte, como dissemos. Com pouco mais de 14 kg de torque a 3.500 rpm, o propulsor consegue unir um desempenho satisfatório com economia, ou seja, ele responde bem em retomadas e suporta uma viagem com quatro ocupantes e bagagem sem grandes perdas de performance.

Tudo seria melhor se o câmbio manual da Fiat tivesse evoluído na mesma toada, porém, a marca continua a oferecer uma transmissão de engates longos e cansativos. Uma pena.
Também cairia bem uma direção um pouco mais direta e uma suspensão mais firme em algumas situações, mas é a proposta do carro: ser confortável e previsível.

 
 
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
Fiat Argo 2018
Fiat Argo 2018
 
 

Melhor que o Onix

Depois de andar no Argo 1.3 fica fácil cravar: ele é melhor que o Onix 1.4, mesmo com o modelo da Chevrolet oferecendo um câmbio melhor. O carro da Fiat é mais espaçoso, econômico, bem melhor acabado e com uma central multimídia tão boa quanto a MyLink. Mas a lista de itens de série merece as rodas aro 15 e alguns confortos como o sistema de auxílio ao estacionamento.

Com eles e um preço um pouco mais baixo (que pode ser obtido numa boa negociação), o Argo deve agradar mais gente. Só falta mesmo o público descobrir isso.

Ficha técnica

Fiat Argo 2018 Drive 1.3 8V flex manual 4p
Preço R$ 54.990 (10/2019)
Categoria Hatch compacto
Vendas acumuladas neste ano 65.943 unidades
Motor 4 cilindros, 1332 cm³
Potência 101 cv a 6000 rpm (gasolina)
Torque 13,7 kgfm a 3500 rpm
Dimensões Comprimento 3,998 m, largura 1,724 m, altura 1,501 m, entreeixos 2,521 m
Peso em ordem de marcha 1140 kg
Tanque de combustível 48 litros
Porta-malas 300 litros
Veja ficha completa

Recomendados por AUTOO

Youtube
Fiat Fastback Abarth

Fiat Fastback Abarth

SUV Cupê tem veneno na medida certa
Aviação
Áustria terá ajuda da Holanda para comprar seus Embraer KC-390

Áustria terá ajuda da Holanda para comprar seus Embraer KC-390

Rival do Hercules deve chegar ao país da Europa em 2027
MOTOO
Veja os preços da nova Zontes 350!

Veja os preços da nova Zontes 350!

Novas T350, T350x, R350 e V350 aparecem em site da empresa