Renault Captur: o SUV emocional

Modelo chega com duas versões e quer ser uma alternativa mais descolada frente ao racional Duster
Renault Captur 2017

Renault Captur 2017 | Imagem: Divulgação

 Como prometido no Salão de São Paulo, o Renault Captur finalmente foi lançado no Brasil e inicia a onda de SUVs prepara pela marca para este ano. Em breve o Captur ganhará a companhia do Koleos no segmento dos SUVs grandes e do Kwid, modelo que a empresa quer vender como um SUV pequeno, mas que nada mais é do que um hatch aventureiro.

Ao contrário da Europa, onde divide a plataforma com a geração mais recente do Clio, o Captur fabricado no Brasil entrega uma solução, digamos, mais caseira. Assim como na Rússia, o Captur brasileiro utiliza a mesma plataforma do Renault Duster, apenas montando sobre ela a mesma carroceria do modelo europeu.

Com isso, não deixamos de ter um carro interessante dentro do segmento. Segundo a Renault argumenta, o Captur entrega o melhor porta-malas da categoria, com 437 litros, porém a história não é bem assim uma vez que o volume é mesmo que o Honda HR-V consegue transportar. Além disso, a marca usa como um dos atributos do modelo o fato do Captur entregar o maior ponto H do segmento, medida que representa a altura do chão até o assento dianteiro, que no caso do Renault é de 708 mm. Esse atributo sem dúvida nenhuma colabora para realçar uma caracterísitica que ajudou a projetar o sucesso dos SUVs, que é justamente a posição de dirigir elevada. Isso, somado à boa área envidraçada do Captur, resulta em um modelo que deverá agradar em cheio o público feminino.

Com 4,33 m de comprimento e 1,81 m de largura, o Captur tem porte ligeiramente maior do que o Honda HR-V (4,29 m e 1,77 m, respectivamente), o atual líder do segmento, o que deverá resultar em uma cabine com bom espaço interno. Contudo, essa aferição ficará para quando tivermos a oportunidade de nosso primeiro contato prolongado com o SUV.

Por R$ 78.900, o Captur de entrada na versão Zen 1.6 com câmbio manual de 5 marchas oferece um bom pacote de itens de série. Ele reúne quatro airbags, controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle eletrônico de tração (ASR), assistente de partida em rampas (HSA), freios com ABS, Isofix, direção eletro-hidráulica, volante com regulagem da altura, ar-condicionado, rodas de liga leve aro 17”, vidros elétricos, alarme perimétrico, chave-cartão hands free, comando de áudio e celular na coluna de direção (comando satélite), assento do condutor com regulagem de altura, sistema CAR (travamento automático das portas a 6 km/h), Luzes diurnas em LED, retrovisores rebatíveis e piloto automático com indicador e limitador de velocidade. A versão terá dois opcionais, no caso a central multimídia Media Nav com câmera de ré por R$ 1.990 e a opção de pintura com teto contrastante, que acrescenta outros R$ 1.400.

Logo acima estará o Captur Intense, que sai de fábrica com o motor 2.0 16V e câmbio automático de 4 marchas. É o mesmo bom e velho conjunto já conhecido do Duster e, convenhamos, a Renault poderia oferecer algo mais moderno para um SUV que pretende ser tão descolado como o Captur. Na versão Intense, o Captur chegará às lojas por R$ 88.490 trazendo de série todos os itens do Captur de entrada mais acabamento diamantado para as rodas de liga leve aro 17”, apoio de braço, central multimídia com câmera de ré, ar-condicionado automático, sensores de chuva e crepuscular e faróis de neblina com função cornering. Os opcionais, no caso do Captur Intense, ficam por conta dos bancos de couro ao custo de R$ 1.500 e a pintura do teto contrastante, que adiciona os mesmos R$ 1.400.

Segundo a Renault, dentro de três meses, portanto em maio, a Renault deverá lançar o Captur Zen 1.6 com a opção de câmbio automático CVT. Não por acaso, também em maio deverá ocorrer a estreia do facelift do Ford EcoSport, como já antecipamos, portanto a estratégia da Renault é dividir os holofotes com a apresentação da linha 2018 do veterano SUV da Ford. A opção da Renault não deixa de ser arriscada uma vez que a oferta de transmissão automática é algo primordial no segmento e, em especial considerando o “fator novidade” gerado pelo lançamento do Captur, que naturalmente levará mais clientes às concessionárias da marca, seria interessante a marca possuir um leque maior de opções logo de cara.

Olhando para a própria gama Renault, o Captur terá uma concorrência interessante dentro de casa. O Duster hoje conta com cinco versões e um “cardápio” bem mais completo, incluindo uma opção com tração integral de R$ 86.620, a mais cara para o modelo. Com os mesmos motor 2.0 16V e transmissão automática do Captur, o Duster Dynamique tem preço sugerido de R$ 85.070. Ele custa, portanto, R$ 3.420 a menos que o Captur Intense, mas fica devendo os controles de tração e estabilidade, o airbag lateral e, é claro, o visual mais caprichado bem como o melhor acabamento e a ergonomia mais acertada do primo recém-lançado. Fica claro, com isso, que a Renault terá dois produtos distintos em sua linha, um focado na razão, no caso o Duster, e outro na emoção, papel que caberá ao Captur. Tudo leva a crer que o Captur mais procurado, pelo menos nesse início das vendas, deverá ser equipado com motor 2.0. A transmissão manual está com uma participação cada vez menor no segmento e, pensando no preço, é bem mais provável que esse tipo de cliente opte por um Duster Dynamique 16 16V manual de R$ 75.320.

Em comparação com o líder Honda HR-V, o Captur Intense acaba figurando como um meio-termo entre as versões LX de R$ 86.800 e a EX de R$ 93.000, ambas com motor 1.8 16V e caixa automática CVT. Ao lado do Honda pesa o bom aproveitamento do espaço interno, o conjunto mecânico mais moderno e eficiente, além da reputação da marca por aqui, algo que sem dúvida nenhuma leva seu crédito para explicar o sucesso do HR-V por aqui. Assim como o Captur, o HR-V também conta com os controles de tração e estabilidade em todas as versões, porém o Renault é mais equipado, conta com airbags laterais e mesmo com o revestimento interno de couro ele não fica tão caro quanto o HR-V EX. Resta saber se o Captur entregará números próximos ao do Honda em consumo e desempenho, dois atributos importantes.

Ainda na casa dos R$ 90.000, a aliada Nissan oferece por aqui o Kicks SL com câmbio CVT e motor 1.6 16V. Se não entrega tanta potência quanto o Captur 2.0, ao menos o Kicks é econômico e traz um nível de equipamentos ainda mais completo que o Captur, com destaque para os 6 airbags, sistema de câmeras com visão 360º, um controle de chassi ainda mais avançado do que o oferecido no Captur e recursos como a tela multifuncional de 7” presente no painel de instrumentos. Na sua versão SV Limited também com motor 1.6 e transmissão automática, o Kicks é tabelado em R$ 84.900, o que nos dá uma boa ideia de quanto a Renault poderá cobrar em seu Captur Zen 1.6 automático quando ele chegar ao mercado.

Outro modelo que chegou forte às lojas recentemente foi o Hyundai, este sim com um amplo catálogo de versões. Indo de R$ 72.990 com motor 1.6 16V e câmbio manual, ele pode atingir até R$ 99.490 na versão Prestige 2.0, a qual conta com transmissão automática de 6 velocidades. Nesse amplo espectro, o Creta traz como diferenciais relevantes os cinco anos de garantia e um projeto que, se não é dos mais modernos, ao menos oferece bom espaço interno e porta-malas próximo ao do Captur. O Creta não é dos modelos mais econômicos, porém ao menos se esforça ao oferecer um câmbio mais completo em relação ao Captur e conta com start-stop.

Infelizmente o AUTOO não foi convidado para o evento de lançamento do Renault Captur no Brasil, portanto não podemos lhe oferecer as primeiras impressões ao volante do modelo. Porém, esperamos poder contar com a novidade em breve para oferecer uma avaliação ainda mais completa e, aí sim, podermos ver se ele tem condições de figurar entre os SUVs compactos mais vendidos do país. 

Renault Captur 2017

Renault Captur 2017

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