Novo CR-V chega em junho ofuscado pelo HR-V

Utilitário esportivo será vendido apenas com tração 4x4 e em quantidades limitadas devido à cota mexicana

Honda CR-V 2015 | Imagem: AUTOO

Se é otimista a respeito do potencial de vendas do jipinho HR-V, a Honda não esconde a frustração com seu irmão maior e mais velho, o CR-V. O modelo, que já foi um sucesso no Brasil, hoje amarga uma posição de figurante por conta da limitação de importação imposta pela cota para veículos vindos do México, onde é produzido.

Mesmo com um bem sucedido facelift e novos equipamentos, o CR-V 2016 só chegará ao mercado em junho, após as vendas do HR-V terem se consolidado. Mas a Honda já adianta que o SUV chegará apenas na versão mais cara: “vamos importar apenas o 4x4”, reconheceu Sérgio Bessa, diretor de vendas da fabricante.

E o preço deve subir. Hoje o atual CR-V EXL custa R$ 116 mil, cerca de R$ 28 mil mais caro que o HR-V mais equipado. “seria possível vender uma versão mais barata, mas com a cota é impossível atender a demanda. O que importamos hoje vendemos”, completa Bessa.

Sobe e desce

Segundo o executivo da Honda, as vendas do CR-V obedecem o ciclo do acordo automotivo com o México, sempre renovado em março. “Com isso, as vendas são altas no segundo trimestre e depois o carro, infelizmente desaparece das concessionárias”. De fato, em 2014 as vendas começaram a subir em maio, chegando ao pico em julho – depois disso foram caindo até janeiro, quando apenas 53 unidades foram emplacadas.

O melhor momento do CR-V no Brasil ocorreu em 2010, antes das cotas, quando 18,7 mil unidades foram vendidas no país – em 2014 apenas 6,9 mil chegaram ao mercado nacional.

Fit migra para Itirapina em dezembro

A entrada em produção do HR-V fará a Honda reduzir a fabricação de outros modelos e até instituir um terceiro turno em Sumaré, onde está sua maior fábrica no continente. Para chegar aos 50 mil HR-V produzidos este ano, até a pequena fábrica argentina contribuirá com 7 mil carros. O sufoco só terá fim em dezembro quando a nova e moderna unidade de Itirapina, em São Paulo, entrar em operação absorvendo toda a produção do Fit, hoje o modelo mais popular da Honda.