Chinesa Geely encerra operações no Brasil

Regime tributário e alta do dólar estão entre os motivos da decisão
Geely GC2

Geely GC2 | Imagem: Divulgação

A crise do mercado de carros novos no Brasil registrou uma vítima nesta quarta-feira (27). A chinesa Geely, que era operada por aqui pelo Grupo Gandini, também responsável pela marca Kia no país, decidiu suspender suas operações. “A Geely Motors Company e a Geely Motors do Brasil decidiram de comum acordo interromper temporariamente as operações brasileiras”, declarou a empresa em comunicado.

O motivo, segundo os empresários, recai sobre o regime automotivo atual e a alta do dólar registrada nos últimos meses. “A ausência de cota máxima de 4.800 unidades/ano sem os 30 pontos percentuais de aumento no IPI aliado com a alta do dólar inviabilizou o negócio”, explica a Geely.

A empresa adianta que vai oferecer uma central de atendimento para os clientes por meio da qual eles poderão se orientar sobre serviços e a cobertura da garantia, que seguirá inalterada.

Sempre com uma participação muito pequena no mercado, a Geely nunca emplacou mais do que 100 carros/mês. Em 2015, ela encerrou o ano na 30ª posição com 651 unidades vendidas. Já neste ano a empresa mantinha um ritmo de vendas semelhante, registrando 82 emplacamentos em março. Neste mês apenas 14 veículos ganharam as ruas, sendo nove unidades do simpático hatch GC2, que tinha visual inspirado em um urso panda, e outras 5 do bem mais sisudo sedã EC7.

Também afetadas

Não é só a Geely que foi afetada pelas agruras do mercado. Em abril do ano passado a indiana Mahindra decidiu parar de vender seus modelos no Brasil alegando “mudanças na regulação, a economia lenta e a moeda em depreciação” como os principais motivos. Vale lembrar que a Mahindra chegou a montar seus veículos em Manaus graças à Bramont, parceiro nacional que investiu R$ 30 milhões na linha de montagem.

Já a sul-coreana SsangYong é outra que está na corda bamba por aqui. Procurada no fim de 2015 pelo AUTOO, a concessionária da marca na cidade de São Paulo e que serve de matriz para a empresa, revelou que estava com alguns carros retidos no porto a espera de uma melhora na situação cambial.