Carro próprio: até quando precisaremos ser donos de um carro?

Avanço da tecnologia e a economia compartilhada irão mudar nossa relação com o carro
BMW Reachnow

BMW Reachnow | Imagem: Divulgação

Seja por status, necessidade ou mesmo o vínculo que criamos com nossos carros, o fato de ser dono de um automóvel é algo fortemente enraizado em nossa sociedade. Contudo, na medida em que a tecnologia avança (com o advento dos carros autônomos, por exemplo) e novos padrões de comportamento emergem (vide a chamada economia compartilhada), é bem possível que até mesmo quem se orgulha de ver seu nome no documento do carro atualmente, considere pensar duas vezes antes de ser dono de um carro no médio a longo prazos.

Uma pesquisa do Boston Consulting Group estima que por volta de 2030 cerca de um quarto da “distância dirigida” nos EUA será realizada por veículos autônomos. Apesar de ainda considerarmos os carros capazes de se locomover sem qualquer intervenção do motorista como algo distante do Brasil, novos serviços de economia compartilhada podem ser o caminho para iniciar esse movimento de desapego em ter o seu próprio carro.

Várias startups surgiram nos últimos anos com serviços muito interessantes. A Faraday Future é um ótimo exemplo. Ela oferecerá assinaturas que darão acesso a seus clientes ao uso de um automóvel por determinadas horas do dia. Com isso, pessoas que precisam de um carro apenas para alguns pequenos deslocamentos diários acabam economizando bem mais do que se fossem donos de um veículos ou utilizando por várias vezes aplicativos de carona como a Uber.

Outra iniciativa muito interessante é a de serviços como o Book by Cadillac. Por meio dele, a marca de luxo norte-americana oferece a possibilidade dos inscritos nesse programa optarem por qual veículo desejam de acordo com a sua necessidade, alternando entre um SUV, um sedã, um esportivo e por aí vai. O Book by Cadillac custa ao interessado US$ 1.500 por mês, porém o valor já inclui despesas com licenciamento, seguro, manutenção, dentre outras. É só abastecer o carro escolhido e rodar por aí.

Outra pesquisa interessante nessa linha foi divulgada pela Ridecell, empresa que fornece softwares para sistemas de gestão de compartilhamento de veículos. Segundo ela, por volta de 2022, 2023, grande parte do transporte de pessoas em localidades urbanas será feita por meio de serviços sob demanda, compartilhamento de veículos ou com o uso de carros autônomos.

Nesse futuro próximo, mesmo quem optar por ser dono de um carro ainda poderá gerar renda com seu veículo por meio de sites e aplicativos que permitem oferecer seu automóvel para aluguel. De acordo com um estudo da Deloitte Consulting feito para o mercado dos EUA, atualmente o custo de propriedade de um carro na terra do Tio Sam fica em torno de 97 centavos de dólar a cada milha, valor que deve cair pela metade para quem optar por entrar no mundo dos carros compartilhados ou autônomos.

É claro que as montadoras não querem ficar de fora desse mercado no futuro e, além de iniciativas como a da Cadillac, a BMW já oferece um serviço chamado Reachnow em alguns mercados, onde os interessados têm acesso a uma frota de modelos da marca e também da MINI e podem retirá-los e depois deixá-los em qualquer vaga após o uso.

A GM, por sua vez, investiu na aquisição da Cruise Automation, que cria sistemas para veículos autônomos e especialistas apontam que a iniciativa pode resultar em um negócio estimado em US$ 1 bilhão nos próximos anos. A gigante norte-americana também apostou na empresa de carona compartilhada Lyft em um aporte de US$ 500 milhões. Outra iniciativa da GM é o serviço de compartilhamento de veículos chamado Maven, que já opera de forma discreta também aqui no Brasil para os funcionários da Chevrolet em São Caetano do Sul (SP). 

No futuro, com a disseminação dos carros autônomos algumas empresas já miram em formas de gerar lucro com o tempo livre que os passageiros poderão disfrutar dentro do carro. Grandes companhias como Apple, Amazon, Samsung, dentre outras pensam em criar plataformas de filmes, compras, dentre outros serviços que poderão ser oferecidos aos passageiros dentro desses veículos. A Intel estima que esse mercado poderá alcançar a cifra de US$ 800 bilhões por volta de 2035 e chegar a até admiráveis US$ 7 trilhões em 2050.

E você, o que acha dessa tendência? Aceitaria abrir mão do seu carro para apostar em iniciativas como a dos carros compartilhados? Deixe seu comentário e vamos falar mais sobre o assunto!

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